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ANTROPOLOGIA DA BELEZA RENATO SOARES

2023

RENATO SOARES


  • Antropologia da Beleza, Renato Soares
  • 11 de Abril  – 11 de Agosto, 2023



Ter informações sobre as comunidades indígenas no Brasil em toda sua diversidade, e poder falar com propriedade delas, ficou na moda. Mas essa luta vêm de muitas décadas, de antropólogos, sociólogos, historiadores, e tantos outros heróis, que se tornaram indigenistas. Poucos são os temas tão urgentes quanto saber cuidar das nossas origens, por isso então, com toda a justiça, falar de Povos Originários. Contribuindo para esse universo de redescoberta e entendimento estão os fotógrafos. E dentro desse universo está Renato Soares, que produz hà mais de 38 anos o que ele gosta de chamar de antropologia da beleza. 


Renato começou seu trabalho com as comunidades indígenas ainda com o antropólogo e indigenista Orlando Villas Bôas, num momento onde era fundamental olhar para trás e tentar criar e expandir as reservas indígenas no país, que hoje cobrem em torno de 14% do território nacional. Renato começou a fotografar no Alto Xingu, e logo se expandiu para outros lugares do Brasil. Já registrou mais de 80 etnias, sendo 40 delas de maneira extensiva. Passou de semanas a meses convivendo com essas comunidades em lugares remotos, que às vezes demorava semanas para chegar. 


A Antropologia da Beleza, entre outras coisas, reconhece na estética dos povos originários, uma admiração pela integração das comunidades indígenas com a natureza, e com o que hoje olhamos como forma de sobrevivência da espécie humana. Entre a conservação e a restauração dos ecossistemas do planeta, sabemos que sem um equilíbrio ecológico não vamos muito longe. Além de representar uma vivência integrada com os recursos naturais, as comunidades indígenas representam hoje um olhar para o futuro. 


Renato Soares nos faz transcender a admiração que sentimos pela estética, de tirar o fôlego, e nos faz entrar no mundo das comunidades dos povos originários para participarmos de uma vida que comunga de objetivos muito diferentes dos que vemos “nas cidades”. Através de suas imagens, nos incentiva aprender sobre cosmologia ameríndia, sobre o significado de uma “vida produtiva”, e sobre o sentimento de pertencimento a um mundo que tem espaço para todos. Comunica através dessa beleza descomunal, a urgência de olharmos para essas culturas tão ricas, que produzem sabedorias tangíveis e intangíveis, que vão da cerâmica à religiosidade, das comidas ao costume do banho, das pescarias aos rituais de iniciação. Renato Soares oferece assim uma porta de entrada para enxergarmos horizontes nunca vistos antes.


  • Anthropology of Beauty, Renato Soares
  •  April 11 – August 11, 2023



Having access to information about Indigenous communities in Brazil, in all their diversity, and being able to speak knowledgeably about them has become fashionable. But this struggle goes back decades, carried by anthropologists, sociologists, historians, and many other heroes who became indigenists. Few topics are as urgent as learning to care for our origins—hence the rightful importance of speaking about Indigenous Peoples. Contributing to this universe of rediscovery and understanding are photographers. And among them is Renato Soares, who has spent over 38 years developing what he likes to call an anthropology of beauty.


Renato began his work with Indigenous communities under the mentorship of anthropologist and indigenist Orlando Villas Bôas, at a time when it was essential to look back and advocate for the creation and expansion of Indigenous reserves in Brazil—areas that today cover around 14% of the country’s territory. He began photographing in the Upper Xingu region and soon expanded to other parts of Brazil. He has documented over 80 Indigenous ethnic groups, 40 of them extensively. His journeys took him to remote communities, where he would live for weeks or months—sometimes needing weeks just to arrive.


The Anthropology of Beauty, among other things, recognizes in the aesthetics of Indigenous peoples an admiration for their integration with nature—something we now understand as essential to the survival of the human species. Between conserving and restoring the planet’s ecosystems, we know that without ecological balance, we won’t go far. More than representing a way of life in harmony with natural resources, Indigenous communities today embody a vision for the future.


Renato Soares moves us beyond mere admiration for breathtaking aesthetics—he invites us into the world of Indigenous peoples, into lives guided by goals that differ profoundly from those of the “cities.” Through his images, he encourages us to learn about Amerindian cosmologies, the meaning of a “productive life,” and the sense of belonging to a world that holds space for everyone. Through this overwhelming beauty, he communicates the urgency of looking closely at these rich cultures, which produce both tangible and intangible knowledge—from ceramics to spirituality, from food to bathing rituals, from fishing to rites of passage. Renato Soares thus offers an entry point into unseen horizons.

OBRAS
A Casa Xinguana em Construção, 2013
A canoa e o Pajé, 2016
A Contrução da Canoa Feita da Casaca do Jatobá, 2017
Praiá: Os encantados do Sertão III, 2014
Jovem Krahô nas águas do Igarapé, 1995
Yamuricumã

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