A presente exposição de Antonio Saggese nos conduz por exuberantes e inéditas fotografias de “paisagens e marinhas” captadas em regiões da mata atlântica, por meio de um olhar poético e não convencional, e que desafia a mera descrição naturalista.
Ao adentrarmos nas visões do fotógrafo, não encontramos apenas reproduções mecânicas da realidade, mas antes uma figuração que ecoa as “vistas brasileiras” expressas nas gravuras dos viajantes europeus do século XIX, em que a composição e a cena se sobrepunham à realidade objetiva. E mesmo que as imagens de Saggese apresentem uma consciência de uma natureza condicionada a uma brutal degradação, exaltam a celebração otimista dessa mesma natureza, que assombra e que se impõe grandiosa.
Em Antonio Saggese é no diálogo com o observador que a imagem se realiza. Uma vez que a “paisagem” aqui se constrói como território vasto e subjetivo, onde a imaginação e a experiência se entrelaçam à história da fotografia e da arte, o fotógrafo, ao tratar suas obras como objetos tangíveis, seja no metal ou no papel, abre espaço para diálogos profundos e significados coletivos
The current exhibition by Antonio Saggese takes us through lush and unprecedented photographs of “landscapes and seascapes” captured in regions of the Atlantic Forest, with a poetic and unconventional gaze that defies mere naturalistic description.
As we delve into the photographer’s visions, we do not merely find mechanical reproductions of reality, but rather a figuration that echoes the “Brazilian views” expressed in the engravings of 19th-century European travellers, where composition and scene surpassed objective reality. And even though Saggese’s images reveal an awareness of a nature subjected to brutal degradation, they still celebrate that very same nature in an optimistic homage — one that astonishes and imposes itself with grandeur.
With Antonio Saggese, it is the dialogue with the observer that makes images come to life. Since the “landscape” here is constructed as a vast and subjective territory where imagination and experience intertwine with the history of photography and art, the photographer, by treating his works as tangible objects— whether in metal or paper—opens space for profound dialogues and collective meanings.
